terça-feira, 10 de maio de 2011

Um mundo novo.

Se eu quisesse ser o dono do mundo lhes venderia comidas saborosas que não alimentam. E lhes venderia bebidas que nunca saciam a sede.
Pra ser o número um eu lhes venderia a beleza pelo preço da sua saúde e faria ainda mais, venderia remédios que não curam.
Venderia notícias ruins porque as pessoas assustadas e oprimidas sentem mais necessidade de se protegerem ou se auto-afirmarem.
A minha idéia de certo ou errado seria imposta para que vocês não pudessem fugir do meu curral e debandar do rebanho e sozinhos vocês seriam caçados.
Lhes fariam um mundo só pra vocês, todo de papel, plástico e borracha, só para vocês mesmos destruirem e se sentirem culpados por isso.
Cantaria canções prostitutas que pareceriam feitas só para vocês mas que na verdade se envolvem com outras vidas a todo instante.
Construiria carros para todos mas que só os meus mecânicos soubessem consertar e os faria de maneira que mal pudessem ser consertados.
Venderia filmes de sonhos para lhes distrairem e não perceberem a terrível realidade a sua volta. E deixaria vocês loucos pensando o que mais vocês precisam na sua vida.
Convenceria a vocês por um instante que, com algum esforço, poderiam estar no meu lugar e serem como eu e assim nunca desanimassem.
Eu venderia dinheiro e diria exatamente como vocês deveriam gastá-lo. E vocês ainda estariam no meu cativeiro.
Eu lhes daria tecnologia e falsas companhias para preencher o vazio da solidão diante da tela. E vocês ficariam satisfeitos com essas companhias.
Bom, eu não quero ser o dono do mundo, nem ser o mais rico. Eu quero um mundo novo, mas quem estará no controle ?

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